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Scottish Straight

No Acasalamento de Gatos Scottish Fold que possuem suas orelhas dobradas

com um British ou American Shorthair, na mesma ninhada nascerão gatinhos de orelhas dobradas e orelhas retas. Acasalamentos esses permitidos pela TICA. 


Durantes muitos anos os gatos nascidos desse tipo de cruzamento foram de certa forma negligenciados.

Era comum que registrassem  e vendessem  esses gatinhos como British,

devida a grande semelhança com esta outra raça.


Em maio de 2014 houve uma mudança, a TICA deliberou que agora os gatinhos advindos de tais cruzamentos deverão ser obrigatoriamente registrados como Scottish Straight  reconhecendo inclusive para que participem e compitam em shows felinos.


Decisão que causou uma grande reviravolta na criação da maioria dos gatis do Brasil, que investem na raça e trouxeram a todos nós um novo desafio: trabalhar para o aprimoramento das características dessa “nova” raça.


Veja o que diz o juiz felino e Diretor Regional da TICA, na América do Sul, Luiz Paulo Faccioli:


“Quero tecer algumas considerações a respeito da aceitação da raça Scottish Straight Ears para campeonato, a partir de 01/05/2014, pois existe trabalho de criação dessa raça em nossa região. O novo standart pode ser encontrado como adendo nas minutas do Winter Meeting.

O tema, como falei anteriormente, é motivo de controvérsia: há quem não concorde com a aceitação, pois as orelhas dobradas é um fator tão distintivo da raça que vem expresso em seu próprio nome; há, porém, quem entenda que a maioria das grandes associações internacionais vem aceitando a raça para campeonato e que TICA deveria se alinhar com essa tendência, o que acabou acontecendo.
Um Scottish Fold com orelhas normais sempre teve direito a registro, se satisfeitas as demais condições para tal, mas não podia competir. Eles são inclusive necessários ao trabalho de criação. Ocorre que o SF tem um gene letal, ou seja, não é possível o cruzamento de dois SF. Para que as ninhadas vinguem e se mantenham saudáveis, um dos pais precisa ter orelhas normais ou precisa pertencer a outra raça compatível, mas não do mesmo grupo, neste caso o British.
Como se usa largamente o British nos programas de criação de Scottish Fold e como as orelhas normais não eram reconhecidas para campeonato, os exemplares que mais se assemelhavam a British eram registrados como tal e assim competiam, alguns inclusive com bom desempenho.
Um dos princípios do sistema TICA é que os gatos são julgados sempre pelo fenótipo, independentemente da carga genética que carreguem. Isso posto, não existe nunca a possibilidade de duas raças compartilharem o mesmo standard, e esse é o problema que vamos enfrentar agora por algum tempo.
Há vinte anos, quando julguei pela primeira vez na França, lá não existia o British SH blue. Essa variedade de cor, a mais tradicional para a raça, era para os franceses o Chartreux. Havia, é claro, uma questão de disputa nacional. Julguei vários British SH, nenhum deles da cor blue. Depois dois ou três Chartreux, que não se podia distinguir dos BS. O tempo se encarregou de separar bem as duas raças. Hoje, embora existam muitas coincidências entre elas, é quase impossível confundi-las, pelo menos a olhos treinados (é claro que um leigo pode ainda confundir um Sagrado da Birmânia com um Ragdoll, e isso não é nenhum pecado).
Há uns quatro anos, julguei na Austrália um Scottish Straight, Blue. Era para mim um British, não tão bom como os demais que eles costumam apresentar nos shows, mas ainda um exemplar dentro do standard que eu conheço.
Se hoje colocarmos lado a lado um bom exemplar de British e um bom exemplar de Scottish Fold, e desse último pudéssemos "endireitar" as orelhas, o resultado seria dois looks diferentes. As formas arredondadas da cabeça do Scottish são distintas das do British, assim como a forma dos olhos. São diferenças sutis que devem ser reforçadas no trabalho de criação. Um belo desafio!
Outro item que deve sofrer alteração é a quantidade de pontos alocada para as orelhas -- 15 -- que fazem sentido no caso de folded ears, mas são inadequados para o caso de orelhas normais”.

 

Luiz Paulo Faccioli
TICA SA Regional Director


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